terça-feira, 21 de abril de 2009

HISTÓRIA, DEFICIÊNCIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

"Na era pré-cristã, havia uma ausência total de atendimento aos deficientes. Eles foram abandonados, perseguidos e eliminados devidos as suas condições atípicas, e a sociedade legitimava essas ações como sendo normais. Na era cristã, segundo Pessotti (1984), o tratamento variava segundo as concepções de caridade ou castigo predominantes na comunidade em que o deficiente estava inserido".
Desde os primórdios tempos as pessoas deficientes sempre foram excluídas, e mesmo estando no século XXI, ainda ouvimos e vivênciamos muitos relatos de exclusão. Nós educadores temos por dever de estarmos em alerta para que esses casos não continuem existindo, na escola que trabalho pela manhã, na minha turma de primeiro ano, tem uma criança que está com sérios problemas de convivência, agressividade, com seus colegas, ouço diariamente queixa dos pais , que muitas vezes sugerem que esta criança seja trocada de turma. E aí me pergunto essa criança não é deficiente, ela precisa de um auxílio como a a orientação ou uma psicóloga, mas ninguém dos pais me sugeriu um tipo de ajuda para solucionar esse problema. A primeira fala foi tirá-lo da turma, será que resolveremos o problema deste menino de apenas seis anos, tirando da turma? Acredito que não , pois ele precisa continuar na turma, já tem vinculo, algumas amizades, precisamos ajudá-lo , ver o por quê dessa agressividade.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

NEGROS EM DESTAQUE

Exposição valoriza contribuição
de negros na cultura brasileira
EDUCAÇÃO — Para a professora Edna Rossin, figura do negro deve ser exaltada

Alunas colam na parede gravuras de negros de destaque, como Djavan
Uma exposição de trabalhos de alunos das 8ª série e do ensino médio da Escola Estadual “Tomáz Ortega Garcia” tenta resgatar a contribuição dos negros na cultura e na sociedade brasileira. A exposição “A cor está na alma”, que começou na sexta-feira, 24, prossegue neste domingo, no horário de funcionamento do projeto “Escola da Família”, e vai até terça-feira, 28, das 8h às 12h e das 14h às 18h.
A exposição foi desenvolvida a partir de um projeto da Secretaria Estadual da Educação, “Educando pela diferença para a igualdade”. De acordo com a professora de língua portuguesa, Edna Rossin, a escola optou por exaltar o negro na sociedade brasileira. “Muitas vezes, ele é visto como um coitado, subestimado pela sociedade”, explica a professora, lembrando que há nomes importantes na sociedade que são negros. “Nós queremos exaltar isso e a cultura africana, que contribuiu muito para a nossa cultura, mas que passa despercebida”, disse a professora.
Ela acredita que a importância do negro é camuflada pelo preconceito das pessoas. “Todos dizem que o racismo não existe, mas está na alma de muitas pessoas. O preconceituoso tem vergonha de assumir a posição”, avalia. Por outro lado, quem sofre com o preconceito também tem vergonha de assumir. “Quem discrimina não sente, mas quem sofre sente muito”, avalia. De acordo com ela, o fato de muitos alunos da escola serem afrodescendentes também influenciou no método adotado para o trabalho. “Queremos conscientizar a escola que o negro tem um papel importante na sociedade e temos que vê-lo como um cidadão”, defende Edna.
O projeto foi desenvolvido multidisciplinarmente. Nas aulas de artes, por exemplo, os alunos fizeram desenhos retratando ícones da cultura e da história negros, como Djavan, Pelé e Chica da Silva, ou fazendo releituras de gravuras e pinturas que retratam os afrodescendentes. O resultado são cerca de 75 gravuras e pinturas, além de frases que estimulam a reflexão sobre a importância e influência dos negros na sociedade.
Nas aulas de língua portuguesa, os alunos pesquisaram obras de autores negros ou que contribuíram para a reflexão da condição deles no Brasil. A aluna Carolina Mariano Carlota conta que eles estudaram obras literárias de Luís Gama, Cruz e Souza e, principalmente, Castro Alves — considerado o poeta dos negros. “Enquanto ele defendia a libertação dos escravos, a sociedade não via desigualdade porque consideravam que eles só existiam para servir. Castro Alves achava, já naquela época, que o o racismo era uma hipocrisia”, explica a aluna. Ela considera que as transposições de clássicos da literatura, como A Escrava Isaura e Sinhá Moça não conseguem transportar para as telas as condições dos negros descritas nos livros. Além disso, há ausência da abordagem dos primeiros direitos dos negros, como a Lei do Sexagenário (que libertava escravos com mais de 65 anos) e a Lei Áurea (que aboliu a escravidão).
O professor de história, Weverton de Castro Baptista, trabalhou a mensagem de racismo, explicando as formas como o preconceito é manifestado no mundo. Ele aponta que o preconceito ainda existe, mas de forma subjetiva. “Embora legalmente o racismo seja crime, esse preconceito está incutido na sociedade brasileira de uma forma oculta, dando pequenos sinais de existência. A nós, educadores, resta tentar promover nos alunos a sensibilização para uma sociedade igualitária e justa no futuro”, explica.

Lendo esse texto da internet, e a proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino da história e Cultura Afro-Brasileira e Africana que propõe, que sejam destacados as atuações de negros e seus descendentes em diferentes áreas do conhecimento, de situação profissional, de criação tecnológica e artística, de luta social.
Perceber e aceitar o mundo com suas diferenças é fundamental para a construção da identidade, tanto do ponto de vista pessoal quanto cultural e nacional
O conhecimento destes personagens históricos, como de tantos outros, permite ao aluno dar novos significados a sua história de vida e a história e à cultura brasileira, ao mesmo tempo em que contribui para desconstruir a ideologia de racismo,presente em comportamentos extremados, em preconceitos sentidos e em discriminações manifestadas em relação aos afro-descendentes, no Brasil e no mundo.